Folha do Batel – Ano 5 – Setembro 2006 – Nº 73
Diretora-Executiva: Celina S. P. Ribello.
Página 10:
Capa:
BICHOS DE ESTIMAÇÃO DE ONTEM, HOJE E AMANHÃ
Francisco Souto Neto
Os primeiros animais domesticados em eras muito remotas foram os ovinos, caprinos, bovinos, suínos, galinhas e perus, todos eles para, direta ou indiretamente, prover a alimentação dos povos antigos.
Como animais de companhia, os primeiros devem ter sido os gatos e os cães. No antigo Egito o gato era sagrado. Muitas múmias de felinos podem ser vistas, ainda hoje, em museus de todo o mundo.
O cão, comumente chamado de cachorro, é talvez o mais antigo animal doméstico. Há teorias de que o cão teria surgido da domesticação do lobo cinzento asiático há cerca de 100.000 anos. No antigo Egito eles eram também mumificados para representação de deuses.
Felinos e canídeos, atravessando os milênios, foram sofrendo seleções artificiais pelo ser humano e preparados, os felinos para combater ratos, e os canídeos para pastorar ovelhas, ajudar na caça, guardar propriedades e rechaçar invasores animais e humanos.
Daí para os nossos dias foi um passo, e aqui estão esses maravilhosos animais vivendo dentro das nossas casas, dormindo em nossas camas e convivendo conosco com uma disciplina quase humana.
Paco Ramirez de San Martin,
chihuahua de Francisco Souto Neto.
Os cães, particularmente, ganharam agora novo status: quando treinados, podem ser os olhos de deficientes visuais humanos, e ainda localizar sobreviventes de grandes tragédias como terremotos, detectar nos aeroportos a presença de drogas em malas, e assim por diante. Agora é a vez dos pacientes cardíacos internados nos Estados Unidos, que se submetem à chamada animal assisted-therapy, que é o tratamento feito com a presença de um cão. Já é comum, mesmo no Brasil, a visita de cães a idosos em asilos e a pacientes hospitalizados com diversas moléstias. O toque na pelagem dos cães e o compartilhar da doçura dos animais faz com que tais doentes apresentem rápida melhora em seu estado clínico.
Crianças com problemas diversos, como o autismo para mencionar apenas um deles, quando em contato com cavalos e usando-os como montaria, têm extraordinários sinais de melhora.
Portanto, justifica-se que respeitemos os animais, todos eles, ao extremo! O animal, comprovado está, sempre reflete a personalidade do dono. Se o dono for violento e sem princípios de boa educação, fatalmente transmitirá os seus defeitos de personalidade aos “animais de estimação”. Teoricamente não há cão ou gato mau; há, sim, maus donos!
Todos nós, seres humanos que nos pretendemos superiores e civilizados, devemos combater e denunciar as violências contra animais, não só as praticadas pelos nossos vizinhos, mas também a vivisecção nas escolas de ensino superior. É inadmissível que professores e alunos cortem, mutilem e matem cães e outros bichos, em nome da Ciência. O pior é que isto vem sendo feito sem sequer o respeito do uso de anestesia. O animal morre gritando e sofrendo. Se em Medicina os alunos estudam sobre cadáveres humanos, e não pessoas vivas, que o mesmo se faça em Veterinária e similares.
Em eras mais antigas, alguns homens mais à frente das suas épocas compreendiam a necessidade de respeitar os animais. Leonardo da Vinci, que viveu há mais de seis séculos, deixou para o mundo esta frase digna, mesmo, de um homem universal: “Chegará o dia em que o homem conhecerá o íntimo dos animais. Nesse dia, um crime contra um animal será considerado um crime contra a própria humanidade”.
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