REVISTA ISTOÉ E O ESCÂNDALO BANESTADO
por Francisco Souto Neto
Jornal do Centro Cívico Ano II – Fevereiro 2003 – Nº 8
Diretor-presidente: José Gil de Almeida
Capa:
Página 2:
REVISTA ISTOÉ E O ESCÂNDALO BANESTADO
Francisco Souto Neto (*)
A revista ISTOÉ em três edições sucessivas (números 1740, 1741 e 1742, respectivamente de 5, 12 e 19 de fevereiro de 2003), refere-se ao escândalo da lavagem de dinheiro através do Banestado e ao desvio de 30 bilhões de dólares a paraísos fiscais. Diz: “ (...) Doleiros tinham como base de apoio em suas operações principalmente a agência de Nova York do Banestado (...) que, com a conivência de toda sua diretoria em Curitiba, servia apenas de fachada para uma megalavanderia mundial do contrabando e da corrupção”.
Presidente e diretores do extinto banco estatal eram cargos de confiança do Governador do Estado. Portanto, o então governador teve tanta responsabilidade no execrável episódio, quanto os homens que ali praticaram, em seu nome, a malversação do patrimônio público.
30 bilhões de dólares equivalem a cerca de 100 bilhões de reais. A cifra é tão elevada que supera o déficit da Previdência! Como pode tanto dinheiro ilegal fluir tão mansamente para os bolsos dos criminosos? Bendita a ISTOÉ que denunciou o crime e pôs a imprensa paranaense em polvorosa!
O clamor e a indignação estão sendo enormes em todo o Paraná. O que a sociedade espera da Justiça e dos seus governos recentemente empossados – federal e estadual – é uma rápida e firme investigação das irregularidades, com a divulgação dos nomes e a exemplar punição dos figurões envolvidos, doa a quem doer.
Lugar de criminosos, sejam eles traficantes de drogas ou políticos, é a cadeia. Esta é a única alternativa para que possamos começar a acreditar na possibilidade de um Brasil honesto, justo e humanizado.
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OBSERVAÇÃO em agosto de 2011: O texto acima foi transcrito na Folha do Batel, Jornal Água Verde, Jornal O Estado do Paraná, Folha de Londrina e, com alguns cortes, na seção Cartas da revista ISTOÉ. Este foi o maior escândalo do Governo Jaime Lerner. Alguns criminosos foram para a cadeia, mas não sei por quanto tempo lá permaneceram. A CPI “acabou em pizza”, como disse a imprensa na época. O governador não foi punido pela Lei, mas teve um castigo certamente pior para ele: ambicionava a presidência do país, mas esses fatos desastrosos liquidaram a sua carreira política.
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