Jornal Água Verde Ano 13 – Novembro 2004 – Nº 280
Diretor-presidente: José Gil de Almeida
Capa:
Página 6:
Folha do Batel Ano 6 – Dezembro 2004 – Nº 54
Diretora-executiva: Celina S. P. Ribello
Capa:
Página 6:
UM PASSEIO À CASA E AOS JARDINS DE CLAUDE MONET
Francisco Souto Neto
Quando, recentemente, eu e meu companheiro de viagem Rubens Faria Gonçalves passamos uns dias em Rouen, na França, para entre outras coisas, conhecer os lugares onde ocorreram a prisão e a morte de Joana d’Arc na fogueira, aproveitamos a oportunidade para realizar uma pequena viagem a Giverny, com o objetivo de conhecer a casa e os deslumbrantes jardins do artista plástico impressionista Claude Monet.
Fizemos o percurso da seguinte maneira: primeiro viajamos de trem até Vernon, cujo trajeto demora exatamente 40 minutos. De lá, tomamos um táxi até Giverny, em cujos arredores localiza-se a antiga propriedade de Monet.
Perfil de Monet
O pintor francês Claude Monet nasceu em Paris em 1840 e faleceu em Giverny em 1926, aos 86 anos. Ele e alguns outros artistas franceses estabeleceram as bases do impressionismo com uma pintura revolucionária para os padrões da época: nas suas pinceladas, eles passaram a ater-se mais à qualidade da atmosfera e da luz, e menos na precisão da imagem propriamente dita. Monet, mais particularmente, dedicou-se a temas fluídos e tratou em cores vibrantes e claras os efeitos luminosos do ar e da água. As flores do seu jardim foram pintadas como que em explosões de cores e luzes.
Em 1883 Monet já estava instalado na sua propriedade de Giverny, onde plantou o extraordinário jardim em frente à casa, hoje transformada em museu.
Ele teve a sorte de conhecer o sucesso em vida. Costumava receber convidados para o jantar, e mostrava-se exigente, comme il faût, em termos de horários e de disciplina: assim, mesmo aos mais íntimos amigos não dispensava pontualidade à mesa.
A casa
A fachada da casa, muito extensa, pintada em cor-de-rosa e com janelas verdes, é coberta de roseiras e trepadeiras. Começa-se a visita pelo atelier do artista, que exibe apenas cópias dos quadros, cujos originais estão nos mais importantes museus do mundo. Vimos, numa das paredes, uma foto de Monet no Le Mont-Saint-Michel, exatamente no lugar onde eu e Rubens Gonçalves tínhamos estado alguns dias antes.
Francisco Souto Neto nos jardins da casa de Claude Monet.
Rubens Gonçalves nos jardins da casa de Claude Monet.
Rubens Faria Gonçalves na escada para a porta de entrada da casa de Monet.
Souto Neto na varanda da casa de Monet.
As cores do interior da residência são também aquelas que Monet apreciava. O cômodo que mais me impressionou foi a cozinha, de paredes amarelas e lindos azulejos, com móveis provençais franceses, e panelas e demais utensílios, creio que de cobre, com brilho impecável, pendurados em ganchos nos armários.
Subimos as escadas e conhecemos os quartos e banheiros. Retornando às salas do andar térreo, pusemo-nos a imaginar as maiores celebridades daquela época e os mais importantes artistas plásticos do mundo ali reunidos.
Os jardins
Se a casa encanta, que dizer dos jardins? Eles estendem-se por uns 200 metros abaixo e são de uma exuberância inenarrável. Atualmente estão divididos ao meio por uma estrada, mas a comunicação por ambas as partes faz-se através de um túnel particular para pedestres, que passa sob referida via pública.
A parte de baixo tem um lago coalhado de lírios d’água, sobre o qual está a ponte chinesa de cor verde que Monet imortalizou em tantas telas. Ali também passa um riacho com não mais do que dois metros de largura, mas aparentemente profundo e – o que é impressionante – de águas muito rápidas. Tal riacho corre ao nível dos jardins, sem barrancos laterais, o que ajuda a criar a sensação de um lugar mágico, sem paralelo no mundo.
Pintura de Claude Monet mostrando a ponte chinesa e lírios d'água.
Souto Neto na ponte chinesa dos jardins de Monet.
Rubens Gonçalves, tendo ao fundo a ponte chinesa,
e o lago com os lírios d'água.
Lírios d'água do lago de Monet.
Rubens Gonçalves filmando as flores dos jardins de Monet.
As flores são extraordinariamente variadas e nascem de todos os lados, ora formando alamedas, ora fechando-se em caramanchões, ora espalhando-se pelos caminhos e misturando-se numa amálgama quase irreal de tipos e cores.
Após algumas horas de verdadeiro encantamento, deixamos a antiga propriedade de Monet e retornamos a Rouen, com a certeza de termos conhecido um dos lugares mais belos do planeta.
-o-
Fascinante o artigo sobre a cada de Monet, que pretendo conhecer no inverno de 2013!
ResponderExcluirMonet teve o privilégio de viver no seu paraíso particular.
ResponderExcluir